quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A Obra-Prima de Valentino Rossi

Valentino Rossi conquistou nove títulos mundiais ao longo da carreira, mas foram os quatro conquistados com Yamaha que elevaram o italiano a um patamar diferente. Desde sua estreia na classe rainha do Mundial de Motovelocidade, o piloto de Tavullia tinha nas mãos os potentes protótipos Honda, mas a vitória fácil não o motivava mais.

Foi então que Davide Brivio apareceu no caminho de Rossi, oferecendo ao italiano uma vaga na Yamaha. Apesar do passado glorioso, a casa de Iwata atravessava sérias dificuldades e o então chefe do time acreditava que só um piloto do calibre de Valentino poderia orientar o desenvolvimento da M1 e recolocar a marca no trilho da vitória.

Enrico Borghi conta a história de Rossi com a Yamaha (Foto: Divulgação)
O que começou como o sonho de um homem só, logo se tornou uma grande aventura, apoiada fortemente por Masao Furusawa, recém-nomeado chefe dos Departamentos de Competição e Desenvolvimento Tecnológico. Mesmo assistindo aos resultados ruins da Yamaha e tendo na mesa propostas de Honda e Ducati – que vivia uma fase muito melhor do que a atual – Rossi apostou na Yamaha e conseguiu levar com ele seu fiel grupo de mecânicos.

A Honda, por sua vez, forçou o então tricampeão da MotoGP a honrar seu contrato até o último dia, impedindo que ele provasse M1 antes do início dos treinos de 2004. A manobra de Hamamatsu, entretanto, acabou não sendo suficiente, já que Furusawa foi brilhante no desenvolvimento do protótipo da marca dos três diapasões.

Lançando mão de estratégias de guerra – que muito agradam Jeremy Burgess –, a Yamaha escondeu o verdadeiro potencial de sua moto e esperou o máximo possível para revelar sua evolução. Quando o fez, forçou a rival nipônica a mostrar seu poderio, mas já era tarde.

Rossi venceu sua primeira corrida em Iwata e seguiu firme para conquistar o título em seu ano de estreia. Na temporada seguinte, Furusawa colocou nas mãos do piloto um protótipo ainda melhor e veio mais uma conquista.

2006 e 2007 foram anos difíceis, com muitos problemas técnicos e uma evolução surpreendente por parte da Ducati de Casey Stoner. Para 2008 e 2009, a mão certeira de Furusawa voltou a atacar e o italiano recuperou o trono da MotoGP.

Aos poucos, no entanto, Valentino viu mudanças na Yamaha e decidiu que era hora de partir. Alvo antigo de Filippo Preziosi, Rossi acabou convencido pelo engenheiro e fechou com Borgo Panigale para encarar um desafio completamente italiano.

Ao contrário de Furusawa, Preziosi não conseguiu cumprir suas promessas e Valentino não pôde fazer a diferença. Depois de dois anos amargando resultados ruins, Rossi fez o caminho inverso e voltou para sua antiga casa. Seu ponto de referência.

Burgess deixou a Honda para acompanhar Rossi na Yamaha (Foto: Yamaha)
Rossi costuma definir sua ligação com a Yamaha como uma história de amor. “Uma dessas que deu certo”, diz ele. Mas esta história é repleta de detalhes que são conhecidos em profundidade por Rossi e pelos três principais envolvidos na transferência para Iwata e naqueles primeiros sete anos – Davide Brivio, Masao Furusawa e Jeremy Burgess.

E são eles que contam a história de ‘Valentino Rossi – A Obra-Prima’, que chega às livrarias brasileiras nas próximas semanas. Assinado pelo jornalista Enrico Borghi, da revista italiana ‘Motosprint’, o livro será publicado no Brasil pela Editora Gaia, do Grupo Editorial Global.

Me envolvi com esse projeto já há alguns meses, quando a convite do Borghi, aceitei o desafio de traduzir a obra e buscar uma editora. Na equipe da Gaia encontrei pessoas que se apaixonaram por esta história tanto quanto eu e agora ele está aí, prontinho para ganhar as livrarias e levar ao leitor uma história de amor e coragem como só o esporte é capaz de produzir.

Imagino que você, agora ciente do meu envolvimento na publicação deste livro, cujo original atende por ‘Il Capolavoro’, considere a minha opinião um tanto quanto suspeita, mas, mesmo assim, me arrisco a dizer que você vai amar.

O texto cativante de Borghi, que é o coautor da autobiografia do Valentino, coloca o leitor dentro da negociação e o faz viajar ao Japão para conhecer a história da Yamaha, que de uma fábrica de órgãos e pianos se tornou uma gigante do motociclismo.

A sinceridade de Furusawa – que antes de assumir o comando do Departamento de Competições jamais tinha assistido a uma corrida de motos – e Brivio revela os medos enfrentados, mas, mais do que isso, destaca coragem da Yamaha em contratar um piloto como Rossi. Se o projeto desse errado, os danos à imagem da companhia poderiam ser irreversíveis.

Ao lado de Furusawa, Rossi construiu uma história vencedora na Yamaha (Foto: Yamaha)
Iwata ousou e investiu pesado, usando um orçamento nunca antes empregado por nenhuma montadora na história das corridas. Estes detalhes estão todos em ‘Valentino Rossi – A Obra-Prima’, assim como os motivos que o levaram a deixar a Yamaha.

A edição brasileira conta ainda com uma atualização que revela o momento exato em que Valentino percebeu que tinha errado ao se transferir para a Ducati e, mais do que isso, revela o caminho percorrido por ele para voltar para casa.

Para completar o pacote, o posfácio é assinado pelo próprio Valentino e o texto que abre o livro tem a assinatura de Carmelo Ezpeleta, o chefe da Dorna, a promotora do Mundial de Motovelocidade. Os leitores do Brasil contam ainda com um texto extra, escrito por Alex Barros, onde o piloto mais bem sucedido do motociclismo brasileiro fala sobre seus tempos na Yamaha e a mudança com a chegada de Rossi.

Eu estava um pouco ansiosa para contar para vocês sobre a publicação do ‘Valentino Rossi – A Obra-Prima’ e não consegui esperar pela data certa do início das vendas. Assim que tiver os detalhes, volto aqui para contar para vocês.

Boa leitura!

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