quinta-feira, 11 de abril de 2013

Assim como Senna e Prost

Desde que o retorno de Valentino Rossi à Yamaha foi anunciado em meados da temporada passada, o assunto mais comentado é a relação entre o italiano e Jorge Lorenzo. A dupla nunca fez segredo da falta de afinidade que marcou a primeira parceria dos dois, mas desta vez o clima predominante nas garagens da Yamaha é bem mais ameno.

De volta ao time, Rossi reconheceu que Lorenzo sempre foi muito respeitoso com ele nos momentos difíceis com a Ducati – o que não aconteceu com pilotos como Casey Stoner e Andrea Dovizioso, por exemplo – e sabe que o espanhol poderia ter tentado barrar seu regresso. Jorge, por sua vez, cresceu e se tornou um homem bem mais simpático.

Rossi e Lorenzo vivem uma fase mais amistosa em 2013 (Foto: Yamaha)
 Na última quarta-feira (10), o piloto famoso pelo número 99 esteve na Itália em um evento de um de seus patrocinadores e conversou com o site italiano ‘GPOne’. Na entrevista, o jovem bicampeão comparou sua relação com Rossi com o relacionamento de Ayrton Senna e Alain Prost no fim dos anos 80.

Senna e Prost marcaram época na F1 com uma das maiores rivalidades do Mundial. A disputa era tanta que no GP do Japão de 1989, Alain jogou o carro para cima do companheiro de McLaren, tirando o brasileiro da prova e garantindo seu terceiro título Mundial. No ano seguinte, foi a vez de Ayrton devolver a gentileza. No mesmo circuito de Suzuka, Senna bateu no rival e o tirou da prova ainda nos primeiros metros.

É bem verdade que Jorge e Valentino nunca chegaram a tanto, mas os dois travaram duelos ferozes na primeira vez em que dividiram as atenções em Iwata.

“Somos como Senna e Prost na McLaren no fim dos anos 80. Assim como eles na época, no início nós não estávamos muito de acordo”, comentou o atual líder da MotoGP.

Na mesma entrevista, Jorge aproveitou para elogiar a atuação de Marc Márquez e contou que viu a disputa do novato com seu experiente parceiro no GP do Catar ao voltar para o hotel.

“Eu assisti no hotel. Acredito que este ano o nível dos pilotos é muito alto, talvez o mais alto da história”, ponderou. “Stoner se aposentou, mas Márquez tomou seu lugar. Márquez é uma bomba que quer demonstrar seu talento.”

Questionado se prefere ter Márquez ou Rossi como adversário pelo título, Lorenzo elegeu: “Valentino. Sou um piloto da Yamaha e gostaria que o pódio final fosse todo com pilotos da mesma marca.”

Perguntado, então, sobre qual dos dois escolheria como companheiro, Lorenzo escorregou: “Marc tem um talento imenso e é muito jovem. Valentino é um profissional quase perfeito e aos 34 anos provou que ainda é muito forte. Dividir os boxes com um dos dois é uma grande oportunidade, dá muita motivação.”

Por fim, Lorenzo falou sobre a atual relação com o companheiro de Yamaha e destacou que acha difícil classificar Rossi como o melhor de todos os tempos, mas frisou a contribuição do italiano ao esporte.

“Somos uma boa dupla e espero que a relação melhore mais, apesar de não podermos nos chamar de amigos”, afirmou. “Como piloto, eu nunca o subestimei. Não se pode fazer isso com um piloto como ele. É difícil dizer se ele é o maior de todos os tempos, porque cada época tem seus campeões, mas creio que é o piloto que mais deu ao nosso esporte”, encerrou.

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