quinta-feira, 10 de abril de 2014

Princípio do fim

Colin Edwards aproveitou sua prova de casa para anunciar que 2014 será seu último ano na MotoGP. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (10) durante uma coletiva de imprensa no Circuito das Américas, em Austin, no Texas.

Bicampeão do Mundial de Superbike, Colin chegou à MotoGP em 2003 e competiu com equipamento Aprilia, Honda e Yamaha. Apesar da longa carreira e da passagem pelo time oficial da casa de Iwata, Edwards não somou nenhuma vitória na MotoGP, mas conquistou um total de 12 pódios e três poles.

Colin decidiu deixar MotoGP para se dedicar aos filhos e a esposa (Foto: Divulgação/MotoGP)

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“Nem sei como dizer isso, eu ensaiei várias vezes, mas 2014 será meu último ano correndo de moto”, disse. “Conversei com minha linda esposa e estou na Europa desde 1995 – e esses jovens filhos da puta estão acabando comigo desde então! Estou ansioso para passar mais tempo com a minha família”, continuou.

De acordo com Edwards, a mudança no estilo de pilotagem também influenciou em sua decisão de deixar a MotoGP.

“Este ano nós começamos a testar e eu realmente não vi a melhora que esperava ver e, obviamente, a mudança no estilo de pilotagem – droga, eu tenho 40 anos e tentar mudar o estilo de pilotagem para tentar fazer esta moto funcionar não estava realmente funcionando”, explicou. “Assim que você entra naqueles momentos intensos, você volta aos seus instintos e o meu instinto é pilotar a moto de forma diferente. Isso e os meus filhos, minha esposa. Nós conversamos um pouco e tem algumas coisas que sinto falta de participar. Eles estão se envolvendo com basebol, ginástica e a escola e eu preciso estar muito mais em casa”, seguiu.

Questionado sobre momento favorito de sua longa carreira, Edwards, claro, escolheu a brilhante vitória na etapa de Ímola do Mundial de Superbike em 2002.

“Com certeza a segunda corrida de Ímola em 2002 foi uma das minhas melhores corridas. Se tivesse que escolher um momento, seria esse e a minha vitória nas 8 Horas de Suzuka com Valentino, que também foi especial”, completou.

Sentado ao lado de Edwards, Rossi lamentou a aposentadoria do amigo e antigo companheiro de equipe. “Sinceramente, estou muito, muito triste com esta notícia, pois Colin é um dos meus melhores amigos no paddock e entre os pilotos”, começou.

“Nós dividimos a moto nas 8 Horas de Suzuka de 2000 e 2001 e acho que esta é a melhor memórias que nós temos juntos, pois nos divertimos muito e vencemos”, recordou. “Além disso, fomos companheiros de equipe por muito, muito tempo em um momento ótimo da minha carreira, durante ótimas temporadas para mim com a Yamaha”, seguiu.

“Nós sempre estivemos juntos dentro do box e tentamos trabalhar juntos, mas, especialmente, nos divertimos muito. Colin sempre vinha para minha cidade natal, Tavullia, para andar de motocross na minha pista, agora no rancho, mas também onde treinávamos antes”, contou. “Estou triste, pois ele é um cara ótimo, um ótimo piloto. Nós vamos sentir falta dele, mas, de qualquer forma, é uma longa temporada e esperamos que Colin possa continuar no futuro em algum outro trabalho”, completou.

Também participando da coletiva em Austin, Marc Márquez parabenizou Edwards pela longa carreira e aproveitou para animar o clima na sala de imprensa.

“É um pouco triste, claro, mas, de qualquer forma, acho que Colin pode se orgulhar de sua carreira. Ele começou no Mundial quando eu tinha dois anos”, disse rindo.

“Tudo que posso dizer sobre ele é que quando eu tinha 15 anos e vim aqui pela primeira vez, ele já me conhecia e isso foi uma grande surpresa para um jovem piloto. Ele é um verdadeiro fã de motocicletas. Parabéns pela sua carreira”, encerrou o campeão vigente.

Norte-americano no Colin, Nicky Hayden também elogiou o piloto da Forward e destacou a contribuição do bicampeão do Mundial de Superbike ao motociclismo norte-americano.

“Eu comecei a ver o Colin antes desses caras, porque ele era a jovem promessa norte-americana”, recordou. “Nós começamos na MotoGP juntos. Fomos novatos juntos. Até mesmo agora, algumas vezes nós estamos voando de volta para os Estados Unidos e eu penso: ‘Uau, esse cara tem muita energia’, pois ele começou dez anos antes na Superbike.”

“Ele deu muito a este esporte, então eu acho, como todos disseram, que ele pode se orgulhar de sua carreira”, comentou. “Como norte-americano, é uma pena. Tem cada vez menos de nós por aqui. Espero que logo possamos ver outra onda de jovens americanos chegando para continuar a carregar a bandeira”, torceu.

“Só quero dizer boa sorte e vá com calma no resto do ano, facilite para nós!”, encerrou Nicky.

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