Aconteceu nesta segunda-feira (19) uma reunião entre o
governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e Carmelo Ezpeleta,
diretor-executivo da Dorna, promotora do Mundial de Motovelocidade, para
acertar o retorno do campeonato ao Brasil. A meta é realizar a prova no
segundo semestre de 2014 no Autódromo Internacional Nelson Piquet, em
Brasília.
Como tudo na vida, é claro que existe um porém. A pista
de Brasília só vai receber as motos se tiver a homologação máxima da
FIM (Federação Internacional de Motociclismo). Para isso, o autódromo
precisará passar por uma mega reforma, já que desde sua construção, nos
anos 70, nada foi feito por lá.
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Ezpeleta deu de presente para o governador do DF os capacetes de Álex e Marc Márquez (Foto: Roberto Castro/GDF) |
“Brasília avançou bastante nas tratativas e estamos a um passo de ter a nossa capital e o Brasil sediando esse evento”, declarou Queiroz em uma coletiva realizada nesta tarde. “Estamos muito otimistas com essa possibilidade de realizar a prova âncora que colocará Brasília no circuito dos grandes eventos”, continuou.
Em nota, o governo do DF explicou que o projeto da pista será feito pela própria FIM e então doado ao GDF, que terá a missão de tirá-lo do papel. A meta é que as obras comecem ainda nesse semestre para que sejam concluídas no primeiro semestre de 2014.
Na coletiva desta tarde, Queiroz destacou um ponto importante. Os autódromos que são feitos seguindo as diretrizes da FIM, facilmente conseguem a homologação máxima da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), uma vez que as exigências de segurança para as motos são infinitamente maiores do que para os carros.
Desta forma, a MotoGP poderia ser apenas o primeiro passo para transformar Brasília em um grande polo do esporte a motor. Com a reforma de Interlagos, a F1 fica em São Paulo pelos próximos anos, mas o Distrito Federal poderia receber inúmeras outras competições, como o próprio Mundial de Superbike.
“Preparando o autódromo para a motovelocidade, estamos preparando para qualquer evento do mundo nos termos de segurança. Essa prova exige muito nesse quesito e todas as modalidades poderão aproveitar as melhorias que faremos”, ressaltou o governador.
Ezpeleta afirmou que, se escolhida para efetivamente sediar a corrida, Brasília terá um contrato de cinco anos com o Mundial. “Estou muito feliz de estar aqui e vemos que Brasília apresenta o melhor projeto, sobretudo do ponto de vista da segurança. Ela cumpre todos os requisitos para a realização da prova”, enfatizou.
A obra será realizada em duas fases: uma com a modificação do traçado e a troca da pavimentação, e outra com a melhora das arquibancadas e outras dependências.
Carlos Augusto Senise, presidente da Federação de Motociclismo do DF também acompanhou o encontro e explicou que os trabalhos devem começar na área próxima aos boxes, para que o calendário do circuito seja preservado, e, no fim do ano, estão programadas as demais intervenções na pista.
Quem também participou do encontro foi o presidente da CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo), Firmo Henrique Alves, que lembrou que o país reúne todas as condições para sediar um evento deste porte.
“Temos no Brasil 20 milhões de motociclistas e somos o quarto mercado consumidor de moto”, frisou. “Nosso clima é totalmente favorável para sediar este evento porque temos milhões de amantes e essa é uma luta de muito tempo”, revelou.
A expectativa de público do governo local é um tanto quanto otimista – 150 mil pessoas –, mas a MotoGP normalmente tem um bom público por onde passa. No último fim de semana, por exemplo, 60.327 pessoas estiveram em Indianápolis para acompanhar o Mundial, em um país onde o esporte tem problemas de popularidade.
A proposta brasileira será apresentada para a Comissão de Segurança da MotoGP durante o fim de semana do GP da Inglaterra, em Silverstone. Com o sinal verde do grupo formado por Ezpeleta, Claude Denis, da FIM, Franco Uncini, chefe de segurança da IRTA, Loris Capirossi, conselheiro de segurança da Dorna, e Javier Alonso, também da empresa espanhola, as obras serão iniciadas em dezembro de 2013, com meta de conclusão para abril ou maio de 2014. Então comaçaria o processo de homologação da FIM.
Ainda não se sabe se uma das atuais provas sairá do calendário ou se o Mundial passará a ter 20 etapas, mas a incorporação do Brasil é um desejo dos organizadores da MotoGP e das fábricas. O calendário provisório deve ser publicado em Misano.
A modernização do traçado de Brasília é uma promessa antiga de Agnelo Queiroz. Ainda em 2011, durante um encontro com Felipe Nasr, piloto da GP2, o governador falou dos planos de reforma, já mencionando a volta da MotoGP.
O Mundial de Motovelocidade, aliás, também esteve presente durante a abertura do Estádio Mané Garrincha. Na partida inaugural, entre Santos e Flamengo, foi exibido um vídeo com imagens da MotoGP que terminava com um: ‘Aguardem’.