A crise dos pneus que se mostrou tão popular na temporada 2013
da F1 chegou à MotoGP neste fim de semana e de cara causou estragos. A raiz do
problema começou ainda no ano passado, quando os responsáveis pelo
circuito de Phillip Island decidiram recapear a pista.
O
trabalho, que foi orientado por Casey Stoner, tinha como objetivo
eliminar as ondulações do traçado, mas acabou aumentando
significativamente o nível de aderência da pista. Pega de surpresa, a
Bridgestone, fornecedora única da categoria, não teve condições de
garantir a segurança dos pneus traseiros para além de dez voltas.
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Márquez foi punido por não respeitar a janela de pit-stops em Phillip Island (Foto: Repsol) |
Assim, a direção de prova optou por reduzir a corrida das originais 27 voltas para 19, e obrigar os pilotos a fazer um pit-stop e trocar de moto. Obrigatoriamente, a parada teria de acontecer entre a nona e décima volta, já que um piloto não podia completar mais de dez voltas com o mesmo pneu.
A Honda de Marc Márquez, entretanto, errou na conta e o líder do Mundial só foi aos boxes no fim da 11ª volta. O estreante executou o procedimento corretamente e voltou para a pista de forma agressiva, colidindo com Jorge Lorenzo, que também errou o ponto de frenagem.
Marc caiu para terceiro, atrás de Lorenzo e Dani Pedrosa. O mais experiente da dupla da Honda foi punido por um erro na saída do pit-lane e teve de entregar a segunda posição para Márquez. O novato passou, então, a pressionar Jorge, mas com cinco voltas para o fim foi desclassificado.
Em um comunicado divulgado à imprensa após a prova, a Honda admitiu o erro: “O time cometeu um erro, entendo que poderia completar dez voltas e entrar antes de completar a 11ª e, portanto, a placa com a instrução de ‘box’ foi exibida com uma volta de atraso”.
Márquez também reconheceu o erro da equipe e explicou que eles pensaram que poderiam parar antes de completar a 11ª volta no circuito de Phillip Island.
“Nós cometemos um grande erro no planejamento com a equipe”, admitiu o espanhol. “Foi uma grande confusão, pois pensamos que podíamos e eu segui o que o time disse na placa. Quando eles disseram ‘box’, eu entrei, mas era tarde demais. Nós achávamos que era possível entrar naquela volta, mas vamos aprender com isso e seguir em frente no Japão”, continuou.
O piloto de 20 anos também se recusou a apontar um único culpado e disse que o grupo é responsável pelo erro. “Foi o time todo, então não posso culpar uma pessoa. Nós montamos o plano com três ou quatro pessoas”, contou.
“O maior problema é que nós pensamos que podíamos parar naquela volta. O lado positivo é que nós estávamos lá, lutando pela vitória”, considerou. “Quando vi a bandeira preta e o 93, foi difícil entender o motivo. Pensei que talvez tivesse sido muito rápido na entrada do pit ou que tivesse cruzado a linha branca na saída do pit”, continuou.
Curta a fanpage do High Side no Facebook Na visão do titular da Honda, a desclassificação foi uma punição muito severa. “Acho que a punição talvez tenha sido muito severa, mas, no fim, foi a decisão. Acho que era possível aplicar outras punições, talvez alguns segundos ou um ride-through”, opinou.
Com a punição, Marc não pontuou em Phillip Island e viu sua vantagem para Jorge Lorenzo na classificação do Mundial ser reduzida a menos da metade. Ainda assim, Marc poderá garantir o título no Japão no próximo fim de semana, desde que amplie sua vantagem em mais oito pontos. Caso contrário, a decisão fica para o GP de Valência, última etapa da temporada.
“Sei que o campeonato é muito longo. Vi isso em 2011, mas nos sentimos fortes e na segunda moto eu era muito rápido e podia ter lutado pelo pódio. Então nós estamos em uma boa posição e vamos continuar assim”, encerrou.