sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O dia depois de amanhã

O Mundial de Motovelocidade está enfrentando a fúria da natureza em sua passagem pelo Japão. Antes mesmo de embarcarem rumo à Motegi, os pilotos já estavam cientes da ameaça que pairava no ar com a aproximação do tufão Francisco, o 27º da temporada no Pacífico.

Os temores, entretanto, se confirmaram logo no primeiro dia, quando as motos não puderam ir para a pista por conta de uma forte neblina. Pelas leis japonesas, voos não são permitidos com tão pouca visibilidade. Assim, o helicóptero médico não conseguiu chegar ao circuito, inviabilizando os treinos.

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Por conta de forte neblina, helicóptero médico não conseguiu chegar ao circuito de Motegi (Foto: Ducati)
“Não estamos preparados para rodar nessas condições, quando existe o risco de um piloto seriamente ferido não receber o tratamento adequado”, ressaltou Mike Webb, diretor de prova da MotoGP, em uma coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (25). “A razão para o helicóptero não estar aqui é que, com as nuvens baixas, tem pouca visibilidade e não é seguro voar”, justificou.

“O helicóptero tenta obter permissão para voar para o circuito desde quinta-feira e até mesmo tentou levantar voo, mas o mandaram descer”, contou. “Assim que o helicóptero recebesse permissão para decolar, nós teríamos dado um aviso de dez minutos aos times, mas o helicóptero não recebeu permissão para voar”, explicou.

Com as duas primeiras sessões de treinos canceladas, a Direção de Prova trabalha em um plano emergencial, mas terá de decidir seus passos de acordo com o clima. A previsão do tempo, entretanto, aponta para uma forte chuva na manhã de sábado.

“O tamanho das sessões depende do clima”, explicou Webb. “Esbocei alguns possíveis cronogramas para amanhã, incluindo começando na parte da tarde, após a chuva da manhã, que deve suavizar por volta das 14h. Vai depender do horário que o clima nos permitir rodar. Vamos dar o maior tempo de pista possível para todas as classes”, continuou.

“Nada está definido porque depende do clima, mas estou pensando em um treino de 75 minutos para a MotoGP e um pouco menos para as outras categorias”, afirmou. “Levando em conta a diminuição da luz do dia no fim da tarde, nós apenas vamos rodar o máximo possível.”

“Nós também esboçamos um cronograma para domingo. Nós preparamos um plano para o caso de não podermos treinar amanhã, no qual seriam 40 minutos para cada sessão de classificação. Além disso, os times avaliaram que talvez fosse melhor uma única e mais longa sessão de treinos, ao contrário de duas. Nós precisamos discutir isso com os pilotos também, para ter certeza de que eles concordam com essas possibilidades”, frisou.

Mike Webb apresentou planos alternativos para o fim de semana no Japão (Foto: Divulgação/MotoGP)
Como se os problemas resultantes do tufão Francisco não fossem o bastante, o paddock da MotoGP foi tirado da cama às 3h10 de sábado quando a região de Motegi sentiu um terremoto que atingiu a costa leste da ilha de Honshu. De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o tremor foi de magnitude 7,1 na escala Richter e aconteceu a uma profundidade de 10 km e a 475 km de Tóquio.

Após o terremoto, a Agência Japonesa de Meteorologia emitiu um alerta de tsunami, com a possibilidade de ondas de até um metro atingirem a região de Fukushima e outras quatro prefeituras. O alerta, no entanto, foi encerrado duas horas mais tarde.

A região de Fukushima é onde fica a usina nuclear homônima, que foi severamente atingida por um terremoto seguido de tsunami em março de 2011. Alguns funcionários chegaram a ser retirados da usina, mas de acordo com a operadora do local, a Tokyo Electric Power Co (Tepco), nenhum dano adicional foi registrado. A usina nuclear fica a cerca de 120 km de Motegi.

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