segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Impacto negativo

O GP da Austrália foi marcado por uma grande confusão com os pneus. Dunlop e Bridgestone, fornecedoras exclusivas dos compostos da Moto2 e MotoGP, respectivamente, não se prepararam como deveriam para enfrentar o novo asfalto de A$ 3 milhões (cerca de R$ 6,3 milhões) de Phillip Island e foram surpreendidas pelo desgaste excessivo da borracha.

No caso da MotoGP, é válido ressaltar que a aderência do novo asfalto não foi a única responsável pelo problema, uma vez que a temperatura no último fim de semana também estava mais alta do normalmente é registrado em Phillip Island, e os protótipos 1000cc estão 3kg mais pesados do que as motos do ano passado.

Atingindo temperaturas maiores do que o esperado, os pneus começaram a apresentar problemas e a Direção de Prova apresentou duas soluções. No caso da Moto2, a corrida foi realizada com 13 voltas. Na MotoGP, a opção foi reduzir a prova para 19 voltas e forçar os pilotos a fazerem um pit-stop e trocar de moto, um formato conhecido como flag-to-flag.

Problema com pneus resultou em necessidade de pit-stop na MotoGP (Foto: Yamaha)

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No fim das contas, a prova da classe rainha foi realizada sem maiores problemas – exceto na garagem da Honda, que errou na conta e chamou Marc Márquez aos boxes com uma volta de atraso. Ainda assim, a Bridgestone não escapou das críticas dos pilotos.

Segundo colocado no GP da Austrália, Dani Pedrosa afirmou que o formato flag-to-flag foi um pesadelo para as equipes e destacou que as fábricas de pneus deveriam testar os compostos antes da corrida no caso de recapeamento.

“No fim, na TV pode ter parecido que tudo foi muito legal e divertido, mas posso te dizer que para os times, foi um pesadelo”, disse Pedrosa. “Foi uma pena. Ter de fazer essas coisas não deixa uma boa imagem”, avaliou.

“Da próxima vez eles deveriam ter que testar ou passar um dia ou dois trabalhando na nova superfície”, opinou o espanhol.

Valentino Rossi concordou com o piloto da Honda, mas destacou que os testes têm de ser feitos com pilotos competitivos. “Se uma pista tem um novo asfalto, testar os pneus deveria ser compulsório, e com pilotos bons e rápidos. Do contrário, é inútil”, ponderou.

Além disso, Rossi cobrou mais empenho da marca no trabalho com os compostos da categoria. De acordo com o multicampeão, os pneus duros foram um problema para todos os pilotos ao longo da temporada.

“A Bridgestone tem que se esforçar mais para melhorar o pneu duro”, disparou. “Neste ano, o pneu duro não funcionou para ninguém. Em todas as corridas, todos foram forçados a usar os macios, porque o duro não funciona”, comentou.

“Eu espero que a Bridgestone se esforce mais para dar aos pilotos duas opções com bons pneus que funcionem todo fim de semana, pois este ano isso nunca aconteceu”, reforçou.

Campeão de 2006, Nicky Hayden também abordou o tema dos pneus, mas lembrou que desde que corre com os Bridgestone, foi a primeira vez que algo assim aconteceu.

“Foi uma pena que tivemos o problema com os pneus, a Bridgestone realmente deveria ter vindo aqui e testado, não há dúvidas disso. Mas, para ser justo, desde que me tornei um piloto Bridgestone, é a primeira vez que nós temos este problema”, comentou.

Ainda, o norte-americano avaliou que o formato de flag-to-flag utilizado neste fim de semana atraiu o interesse de mais espectadores.

“As pessoas podem reclamar ou buscar razões para reclamar, mas eu acho que foi divertido e tenho certeza de que mais pessoas assistiram do que o normal”, concluiu.

Um comentário:

  1. Eu gostei bastante da corrida do jeito que foi. Deveriam seriamente pensar sobre implantar ao menos um pit stop durante as corridas - não só poderia trazer um aumento na quilometragem, mas também tornaria as etapas ainda mais disputadas.

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