Sanderson será premiado por um gesto heroico durante a sexta etapa do Moto 1000GP, o campeonato brasileiro de motovelocidade. Em 20 de outubro deste ano, no Autódromo Internacional de Santa Cruz do Sul, Sérgio testemunhou um acidente sofrido por Alex Pires e correu para resgatar o piloto, que, com dores, ficou deitado no chão ao lado de sua moto em chamas.
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Sanderson resgatou piloto após acidente em Santa Cruz do Sul (Foto: Maurício Braga/ Moto 1000GP) |
Resgatado pelo fotógrafo, Alex Pires conta que, temendo uma lesão na coluna, em um primeiro momento chegou a pedir para que Sanderson não o tocasse. “Eu estava caído e sem sentir a perna. Não queria me mexer, a preocupação era com a coluna, só o que eu pensava era em algum dano à coluna”, contou. “Hoje é até engraçado, lembro que ele chegou para me ajudar e comecei a falar ‘não toque em mim, não toque em mim’, e ele gritava ‘fogo, fogo, fogo!’, foi só aí que vi o fogo. Só estava preocupado em manter minha posição até o médico chegar”, explicou.
“Tenho certeza que o Sanderson não me viu como piloto naquele momento, mas como um ser humano em perigo. Provavelmente por isso ele tenha vencido a resistência da regra de ninguém tocar no piloto até a chegada de um médico”, declarou. “Faço questão de cumprimentar o Sanderson pelo prêmio recebido. É um prêmio pela coragem que ele teve naquele momento”, reforçou.
Ao relembrar o acidente, o fotógrafo explica que depois, com Alex Pires bem, não conseguia parar de chorar. “Publicar acidentes não é do meu praxe, acho que talento se mostra recebendo bandeirada, subindo no pódio. Aquele momento me marcou muito, meu impulso foi tão forte que não usei a racionalidade, usei a alma”, justificou. “Depois que tudo acabou, com o piloto bem, chorei por cerca de meia hora. Não conseguia parar de chorar”.
Honrado com o prêmio concedido pela FIM, Sanderson faz questão de dividir a conquista com todos aqueles que agiriam da mesma forma. “Esse prêmio simboliza tudo aquilo que eu fiz durante toda a minha vida. O que faço questão é de estender o prêmio a todas as pessoas que naquele momento na pista, naquela situação, tomariam a mesma atitude que eu tomei, que têm essa mesma essência”, falou. “Também é uma ocasião perfeita para mostrar que fazer o bem nesse mundo ainda vale a pena”, defende.
Esta será a nona vez que a FIM entrega o Troféu Fair Play. Antes de Sanderson, a honraria foi concedida ao francês Patrick Igoa, em 1986, aos italianos Virginio Ferrari e Roberto Rolfo, em 1992 e 2004, ao norueguês Stig IngeBergersen, em 1994, ao estoniano Jüri Makarov, em 1996, e ao chileno Carlo de Gavardo, em 1997, além do clube polonês Sparta-Aspro, em 1992, e do grupo britânico Riders for Health, em 1993.
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