Depois de quatro temporadas trabalhando juntos na Honda, Burgess aceitou seguir Rossi para a Yamaha, onde os dois conquistaram mais quatro títulos mundiais. Mais uma vez, Jeremy acompanhou o italiano na aventura com a Ducati, mas também fez o caminho de volta nesta temporada.
“É verdade que no próximo ano Jerry não será o chefe do meu time”, disse Rossi. “Foi uma decisão muito difícil para mim, porque eu tenho uma grande história com Jeremy. Ele não apenas o chefe do time. Ele é como parte da minha família. Meu pai nas corridas. Decidi que precisava mudar algo para o próximo ano para tentar encontrar uma nova motivação, um novo impulso para melhorar meu nível, minha velocidade. Então esta será a minha última corrida com Jeremy.”
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Rossi anunciou hoje que não seguirá trabalhando com Burgess em 2014 (Foto: Yamaha) |
As primeiras notícias sobre a separação de Rossi e seu lendário chefe de equipe surgiram na última quinta-feira, publicadas pelo site italiano PU24, citando fontes de Tavullia. De acordo com a publicação, Valentino não gostou de algumas declarações dadas por Burgess à imprensa, onde ele dizia que um novo título do multicampeão seria um milagre.
Em entrevista à Tammy Gorali, comentarista da TV israelense, Rossi negou os rumores. “Só soube disso ontem pelo jornal, mas não, não é por isso”, negou.
“Para mim foi uma decisão muito difícil. Na verdade, eu precisei de muito tempo, mas posso te dizer que, antes de conversarmos, eu estava muito triste, mas ele disse que entendia. Mas, sinceramente, eu não sei se ele vai fazer algo no próximo ano ou ficar em casa”, contou.
Questionado sobre a reação de Burgess, Valentino reconheceu que o australiano também ficou chateado. “Queria falar com ele diretamente, porque, de qualquer forma, tomei a decisão há cinco dias. Mas conversamos só nós dois e eu tentei explicar que eu precisava de algo diferente para o próximo ano, algo novo, um novo impulso, uma nova motivação, e ele disse que lamentava muito, pois queria continuar, mas entendia”.
“É um dia muito triste para mim, muito. Mas, de qualquer forma, é bom que tenhamos conversado diretamente, de homem para homem, cara a cara”, avaliou.
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Valentino deixou claro que a mudança está diretamente ligada a seus planos para o futuro. Apesar de ter voltado para a Yamaha, Rossi não conseguiu repetir o mesmo desempenho de outros tempos e pretende usar o início da próxima temporada para decidir se vai pendurar o capacete ou não.
“Para mim, o próximo ano é muito importante para tentar ir um pouco melhor nos testes e na primeira metade da temporada, porque eu tenho de decidir se continuo ou não”, justificou.
Ainda, Valentino admitiu que não sabe se os outros integrantes do time continuarão com ele. Assim como Burgess, a maioria dos mecânicos do italiano o acompanham desde os tempos de Honda. “Nós temos de conversar, não sei se alguém vai querer mudar por Jerry não estar mais comigo ou fazer outra coisa, mas ficarei feliz se todos eles ficarem”, afirmou.
Também em entrevista à Tammy Gorali, Lin Jarvis, diretor da Yamaha, contou que antes de se decidir, Rossi consultou a equipe. “Nós discutimos isso, mas, basicamente, Vale decidiu depois de pensar muito e então ele dividiu isso com os dirigentes do time, perguntando se aceitávamos e nós dissemos ok. A relação entre o piloto e o chefe de equipe é essencial, crucial, a mais importante, então se o piloto decide que quer mudar, temos de ouvir o piloto”, explicou, reconhecendo que também fica triste com a partida de Jeremy.
“Jeremy é um bom amigo, e eu espero que ele continue um bom amigo. Acho que ele é um cara respeitado no paddock e fez muito por Vale e também pela Yamaha, então eu lamento que ele não ocupe mais a posição”, completou.
Antes de Rossi, Burgess trabalhou com Freddie Spencer, Wayne Gardner e Mick Doohan. “Na minha cabeça eu tenho a ideia de tentar algo novo agora. Sempre fiz isso na minha carreia”, ressaltou Valentino. “No próximo ano eu tenho que merecer a minha renovação com a Yamaha, então tenho de ser competitivo. Ainda não sei quem será o chefe do meu time”, encerrou.
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