sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O novo e mais novo campeão

Marc Márquez conquistou o título da MotoGP em sua primeira tentativa e se tornou o mais jovem campeão da classe rainha do Mundial de Motovelocidade. A festa pelo título, entretanto, precisou ser adiada, já que o espanhol voltou para a pista na terça-feira para a primeira bateria de testes mirando a temporada 2014.

Na segunda, Marc ganhou folga da Honda, mas foi ao circuito para conversar com jornalistas e encontrar seu novo grupo de mecânicos. A partir da próxima temporada, Márquez contará com os mesmos profissionais que o acompanham desde as categorias de base.

Para celebrar o triunfo, a Honda divulgou uma entrevista com o campeão, que falou sobre a festa pelo título, a repercussão de sua conquista e até sobre o fato de não gostar do mar.

O resultado é este aqui:

Márquez destacou importância da família em sua conquista (Foto: Repsol)
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Qual foi seu primeiro pensamento na segunda-feira de manhã depois de comemorar o título?

“Nós fizemos uma festa, mas sempre com moderação, porque no dia seguinte nós tínhamos um programa de teste para seguir. Estava deitado na cama pensando como passaria minha primeira noite como campeão mundial, mas, no fim, ainda sou o mesmo. Não mudou muita coisa.”

Como você se sente ao se ver nas capas de jornais nacionais e internacionais?
“Obviamente, ver toda a cobertura da imprensa é impressionante. Também recebi muitas mensagens de parabéns pelo Twitter vindas de outros atletas e celebridades, o que dá arrepios! Talvez eu não tivesse percebido como é importante ser campeão da MotoGP.”

Que mensagem mais te chamou a atenção?
“Aquelas vindas de membros da minha família ou de amigos que sempre estiveram do meu lado, me apoiando, e que mandaram mensagens que são mais naturais e pessoais. Mas eu aprecio toda congratulação que recebi.”

Você falou com Nakamoto antes de ir para a pista?
“Antes da corrida ele falou comigo de forma séria – e nós raramente falamos seriamente – e ele me disse: ‘Por favor, use sua cabeça hoje’. E eu pensei que se meu chefe estava dizendo isso, tinha uma razão!”

Quem ficou mais maravilhado? Você, seus pais, seu irmão, seus avós, seus amigos...?
“É difícil dizer, mas eu acho que fui o menos afetado por isso, pois sempre fui bom em controlar isso e manter os pés no chão. Se não conseguir, então aqueles ao meu redor têm permissão para garantir que eu faça isso!”

Sua mãe disse que você tinha que limpar seu quarto. Você ainda faz isso?
“Sim, tenho de limpar, fazer a cama... mas só no meu quarto! Eu também coloco a mesa para o almoço e o meu irmão, Álex, tira quando terminamos. Sempre foi assim.”

O que você disse aos seus pais, que se esforçaram tanto para que você pudesse competir, agora que você conquistou o título da MotoGP?

“Eu agradeci muito. Um piloto pode ser bom, mas, se você não tiver um time e uma família que cria um bom ambiente ao seu redor, é muito difícil – quase impossível – conquistar um título ou se tornar um bom piloto profissional.”

Com tantas conquistas em seu primeiro ano na MotoGP, você acha que aprendeu tudo que tinha para aprender?
“Sempre tem muitas coisas para serem aprendidas, mas você aprende com o tempo. Logicamente, você aprende mais no início, mas a cada ano você ganha experiência. Dani [Pedrosa] e Jorge [Lorenzo] adquirem novos conhecimentos a cada temporada, o que significa que eles serão mais difíceis de bater a cada temporada.”

Se você olhar para toda a temporada, você acha que movimentou a categoria?
“Se você me dissesse um ano atrás que eu estaria nessa situação, eu – e acho que todo mundo – diria que você estava louco. Mas nós trabalhamos como sempre fizemos e como sempre tentarei fazer enquanto tiver motivação para dar 100% e forçar até o limite. Nós sempre lutamos pelo que queríamos com as intenções claras.”

Você acha que sua chegada na MotoGP marca o início de uma nova fase ou uma mudança de guarda?
“Nós conquistamos o título, mas o início de uma nova era depende de mais do que apenas um piloto. Este ano eu subi e agora Pol e Scott estão dando o salto. Sempre tem jovens talentos subindo e quando nós chegamos, queremos provar nosso valor e construir o nosso nome. A coisa da idade é relativa. No momento em que Jorge e Dani subiram, eles fizeram uma primeira temporada muito boa na MotoGP e é difícil dizer que agora é uma nova era, pois eles ainda são muito novos.”

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Márquez vai comemorar o título em sua cidade natal neste sábado (Foto: Repsol)
Como foi o recente teste para a temporada 2014?
“Acho que a avaliação geral é muito positiva, especialmente para a Honda, pois nós conseguimos trabalhar muito bem e estudar opções diferentes. Na terça nós tínhamos dois protótipos que são ligeiramente diferentes para trabalhar, aí na quarta nós focamos na moto em que ficamos mais confortáveis. Nós testamos configurações diferentes com a eletrônica e com o acerto, e eu acho que fizemos um bom trabalho, pois encontramos coisas em que podemos melhorar. Será a base que vamos usar em Sepang, mas se a HRC tem uma direção clara, então tenho certeza de que eles vão nos trazer algumas atualizações.”

Na segunda-feira você recebeu um presente quando seus novos mecânicos apareceram com o uniforme da Honda.
“Sim, estou muito feliz e animado em ter o mesmo time que tive até esta temporada comigo. Alguns deles trabalham comigo desde que eu tinha 11 anos e voltar a trabalhar com este time é um sonho que se torna realidade e eu tenho que agradecer a Honda. Agora temos de mostrar que juntos nós somos um bom time.”

Como foi no primeiro dia de trabalho?
“Dava para ver que eles estavam muito mais tensos do que o normal. Eu estava muito cuidadoso, pois eles também têm muito trabalho para fazer, muita coisa para aprender. Mas nós já vimos que eles melhoraram bastante entre o primeiro e o último dia e pouco a pouco estão começando a conhecer a moto. O importante é que eles vão para o Japão neste inverno para fazer um curso intensivo e vai ser aí que eles vão saber trabalhar com a moto de olhos fechados, como qualquer bom mecânico.”

Faz quanto tempo que você não vai a um parque de diversões?
“Faz muito tempo e agora eu realmente não posso ir. Antes, a cada verão, eu ia pelo menos duas vezes a parques aquáticos e me divertia muito!”

É verdade que você não gosta do mar?
“Vou ao mar o mínimo que posso. Se tem uma garota e eu tenho que acompanhá-la, aí eu, obviamente, vou! (riu)”

Mas você foi andar de jet-ski...
“Sim, fui, mas eu evitei cair. Se cair, volto ao jet-ski nadando antes de qualquer outro! Mesmo que esteja nadando contra o Michael Phelps!”

Você decidiu o que vai fazer nas suas férias?
“Não pensei sobre nada ainda, mas, com certeza, terei de encontrar algum tempo para relaxar.”

A primeira tarefa será na tarde deste sábado...
“Sim, sei que meu fã-clube está organizando uma grande festa, com uma parada pelas ruas de Cervera. Podemos celebrar o título sem ter de pensar que no dia seguinte eu tenho de testar, como aconteceu no último domingo!”

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