quarta-feira, 26 de março de 2014

Novela mexicana

A tão prometida reforma do Autódromo de Brasília segue ganhando contornos cômicos. Depois de anunciar no ano passado o retorno da MotoGP ao país, garantir uma vaga no calendário do Mundial de Motovelocidade para setembro deste ano e cancelar a etapa por conta da falta de tempo hábil para reformar o circuito brasiliense, o governo do Distrito Federal anunciou no último fim de semana um acordo de cinco anos com a Indy.

O acordo com a Indy, aliás, é resultado do empenho da TV Bandeirantes, que tenta fugir de um processo movido pela categoria por ter deixado de promover a SP Indy 300 e por ter ameaçado encerrar a cobertura da categoria em TV aberta e fechada.

Projeto pretende alterar traçado do Autódromo de Brasília (Imagem: Divulgação/Novacap)

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Para receber a categoria norte-americana, o governo de Agnelo Queiroz segue prometendo reformar o autódromo e colocá-lo em padrões internacionais, mas com prazos cada vez mais elásticos.

Inicialmente, e com a previsão de receber a MotoGP em 28 de setembro deste ano, o governo pretendia lançar o edital para as obras no mês de fevereiro, mas isso, claro, não aconteceu. Após o cancelamento para prova, o prazo passou a não existir e agora o governo afirma que a reforma deve começar no segundo semestre deste ano.

“Nós vamos melhorar e reformar nosso autódromo para ter mais uma arena multiuso para a cidade ganhar dinheiro permanentemente e, com isso, vamos ter uma economia que é aquecida durante toda a semana com eventos, entre os quais, a Indy, a partir de 2015”, disse governador durante um evento no último sábado.

O projeto com que o governo trabalha no momento prevê a alteração do traçado por questões de segurança, reduzindo o tamanho da pista dos atuais 5,2 km para 5,1 km.

“Depois das alterações na pista, faremos boxes e, posteriormente, construiremos arquibancadas definitivas”, explicou Queiroz. “Com essa reforma, teremos um dos autódromos mais modernos do Brasil e poderemos receber até a F1”, completou o mandatário do governo local.

Após o anuncio do acerto com a Indy, Maruska Lima, diretora de Obras Especiais da Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital) afirmou que o edital só será lançado após a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) avaliar as transformações propostas para o autódromo, o que está previsto só para maio.

“Após aprovação, será lançado o edital para licitação das obras, que devem começar no início do segundo semestre de 2014”, explicou Maruska.

O projeto do autódromo, que foi encomendado da inglesa Apex Circuit Design pela Terracap, a Companhia Imobiliária de Brasília, foi elaborado levando em conta as exigências de FIM e FIA, e contempla uma nova pista com quatro opções de traçado, além de edificações completas para infraestrutura, estacionamento, paisagismo e acessos.

Tudo isso, entretanto, tem um custo. Bastante alto, por sinal. Segundo a Novacap, a obra no Autódromo Internacional de Brasília deve custar em torno de R$ 300 milhões.

“A previsão de custos é na ordem de R$ 300 milhões. Ainda não finalizamos os valores, pois o projeto está sendo finalizado”, explicou a companhia em entrevista ao High Side no início de janeiro.

O valor, que já inclui a construção de um novo kartódromo, é dez vezes maior do que está sendo investido pelo Governo de Goiás no Autódromo de Goiânia, que passa pela primeira grande intervenção desde a inauguração nos anos 70.

Questionada pelo High Side sobre a razão de uma diferença tão grande, a Novacap justificou que as obras têm naturas distintas. No caso de Goiânia, a reforma prevê a troca completa do pavimento, substituição dos boxes, remodelação completa da torre de cronometragem e a construção de uma pista de arrancada, além da edificação de um parque, com pista de skate e de patinação.

“A natureza das intervenções é distinta”, afirmou. “A reforma do autódromo de Brasília prevê novo traçado da pista com quatro opções de circuito, edificações novas, estacionamentos e toda a infraestrutura necessária a eventos de grande porte”, completou.

Um comentário:

  1. Sim, e eles vão enfiar isso tudo onde, exatamente? Estacionamento? A área na lateral do autódromo, que poderia ter sido utilizada, já recebeu uma avenida, ainda fechada, mas aquele espaço já era. Só se for feita uma ligação entre o autódromo e a área onde hoje está o estacionamento de uma companhia de ônibus urbanos. E outra, só o GDF achava que daria tempo de fazer tudo em 2014 e ter a prova em 2014. Eles acham que MotoGP é o quê, exatamente? Uma corridinha de motoca e para isso qualquer coisa serve? Êta, amadorismo.

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