Nada muda com Honda na F1 (Foto: Honda) |
A Honda anunciou na semana passada sua volta à F1, mas a parceria com a McLaren não muda em nada o envolvimento da gigante de Hamamatsu com a MotoGP. Em entrevista ao site italiano ‘GPOne’, Shuhei Nakamoto, vice-presidente executivo da HRC, garantiu que a operação no Mundial de Motovelocidade seguirá inalterada.
“A MotoGP é melhor que a F1 por causa das meninas com guarda-chuvas”, brincou o dirigente. “Honestamente, eu não sei detalhes desta operação. Eu sabia que eles estavam trabalhando e que existia a chance de voltar. Alguns engenheiros estão trabalhando no design do motor”, contou.
Questionado sobre sua opinião a respeito do retorno à F1, Nakamoto garantiu que o assunto não o preocupa. “Não estou nem um pouco preocupado”, assegurou. “Se a decisão da companhia, como já aconteceu, for me fazer trabalhar na F1, eu o farei, mas não é a minha prioridade.”
Ainda, o chefe da HRC afirmou que a volta à F1 não vai influenciar na MotoGP. “Nós estamos falando sobre a mesma companhia, a Honda, mas é como se fossem duas companhias separadas. Nada vai mudar”, reforçou.
Perguntado se são dois mundos completamente diferentes, Shuhei respondeu: “Sim, e não só pelo número de pneus”, riu. “Mas a real diferença é sobre quanto o piloto influencia no trabalho final. Na F1, o motor, por exemplo, é parte de todo o carro, onde a aerodinâmica é dominante, o chassi – também entendido com o consumo de pneus – tem 10% de valor, assim como o piloto. Nas motocicletas, é o oposto. No Trial, o piloto é 90% do valor, no motocross 60%, na MotoGP, acho que o equilíbrio é perfeito. O resultado é dado 50% pelo piloto e 50% pelo veículo que ele pilota.”
O dirigente, que já trabalhou no campeonato comandado por Bernie Ecclestone, não escondeu sua predileção pelas motos. “Trabalhar na F1 é muito interessante e empolgante, especialmente de um ponto de vista técnico”, declarou.
“No entanto, eu prefiro as motos. Não posso dizer que tenho interesse zero nos carros, mas não é muito. Também porque os carros da F1 são completamente diferentes dos outros”, avaliou. “Me interesso mais em seu conforto, na bagagem que eles podem carregar, sua velocidade. Eu gosto de Ferrari, Lamborghini, mas nunca dirigi um. As motos, por outro lado, são completamente diferentes. Eu não ligo para o conforto, mas sim no quanto eu gosto de guiá-las. Em porcentagens, sou 99% interessado em motos, e 1% em carros”, definiu.
Nakamoto também falou sobre o que a MotoGP pode aprender com a F1 e declarou que já conversou muito a esse respeito com Carmelo Ezpeleta, presidente da Dorna, a promotora do Mundial de Motovelocidade.
“Ao longo dos últimos anos, falei muitas vezes com Ezpeleta sobre este assunto e expliquei a ele a nossa posição. Finalmente ele entendeu isso e acho que encontramos um bom compromisso”, ponderou, afirmando que a Honda tem sim uma boa relação com a Dorna. “Estamos felizes com nosso relacionamento, assim como com o fornecimento de motores para a Moto2, e com a Moto3, onde os pilotos crescem, e com as motos de produção para o próximo ano.”
“Muitos jornalistas escreveram que Ezpeleta e eu estávamos brigando, mas, na verdade, nós somos bons amigos”, falou. “Talvez ele não seja o melhor, mas podemos lidar com isso. É uma boa relação”, riu.
Por fim, perguntado sobre a polêmica ultrapassagem de Marc Márquez em Jorge Lorenzo na última curva de Jerez, Nakamoto foi taxativo: “Foi uma ação regular de corrida”, encerrou.
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