A Dorna, promotora do Mundial de Motovelocidade, bateu o
martelo e anunciou nesta sexta-feira (23) o novo fornecedor de pneus da
MotoGP. A partir da temporada 2016, a
Michelin substitui a Bridgestone como fornecedora única da classe rainha.
De
acordo com a promotora, três empresas demonstraram interesse em
fornecer os compostos da categoria, mas a Michelin foi a única a fazer
uma proposta formal antes da data limite de 22 de maio.
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Jorge Lorenzo disputou sua primeira temporada na MotoGP com pneus Michelin (Foto: Yamaha) |
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“Após a proposta forma da fabricante francesa de pneus Michelin, a Dorna tem o prazer de anunciar que a Michelin será a fornecedora oficial de pneus da MotoGP a partir da temporada 2016”, disse a empresa espanhola em um comunicado. “No início de maio de 2014, a Dorna, em acordo com a FIM (Federação Internacional de Motociclismo), abriu uma concorrência para os fabricantes interessados em fornecer os pneus da MotoGP a partir da temporada 2016”, recordou.
“Fabricantes interessadas solicitaram as especificações técnicas a Javier Alonso, diretor da Dorna, com três potenciais fornecedores de pneus inicialmente manifestando interesse – antes de a Michelin ter sido a única a fazer uma proposta formal antes do prazo de 22 de maio”, seguiu. “O próximo passo do processo será a elaboração de um acordo comercial entre a Dorna e a Michelin como fornecedora oficial, já tendo a Michelin claramente comprovado suas habilidades técnicas para atender as necessidades de uma agenda exigente de corridas”, concluiu.
Pascal Couasnon, diretor-esportivo da Michelin, justificou o interesse da marca anunciando que a partir de 2016 a MotoGP terá pneus de 17’’, contra os atuais de 16,5’’.
“Nossa política de transportar nossas tecnologias da pista para a rua se adapta perfeitamente ao novo regulamento técnico que deve ser introduzido em 2016 e que vai impor o uso de rodas de 17’’”, declarou Couasnon. “Foi por isso que a Michelin decidiu fazer uma proposta formal após o processo aberto pela Dorna Sports”, justificou.
“Aproveitamos esta oportunidade para agradecer as entidades reguladoras pela confiança que depositaram em nós. A confiança deles reconhece a experiência da Michelin e os 26 mundiais de pilotos que conquistamos”, concluiu.
O retorno da Michelin ao Mundial não chega como uma surpresa, já que a fabricante francesa já tinha anunciado durante o fim de semana do GP da França que tinha apresentado uma proposta formal à Dorna. Pelo que se sabe, as outras duas marcas que demonstraram interesse em fornecer os compostos foram Pirelli, que está na F1, e Dunlop, fornecedora dos pneus de Moto3 e Moto2.
A montadora francesa retorna ao Mundial pela primeira vez desde 2008, último ano em que a disputa de pneus estava liberada. Quando o Mundial passou a ter um único fornecedor, os franceses nem ao menos se candidataram, alegando que “não havia mais competição na área dos pneus”.
Com o passar do tempo, entretanto, a maioria dos campeonatos optou por contar com um único fabricante – uma medida mais econômica – e a posição da Michelin se tornou insustentável.
A Michelin conquistou sua primeira vitória na divisão principal do Mundial em 1973 com Jack Findlay e seguiu para somar um total de 360 triunfos antes de deixar a MotoGP. O último título conquistado com os pneus franceses foi o de 2006, com a Honda de Nicky Hayden. No ano seguinte, junto com Casey Stoner, a Bridgestone passou a dominar o esporte, até se tornar fornecedora única.
Durante o fim de semana da etapa de Le Mans, surgiram rumores de que Colin Edwards pode se tornar piloto de testes da Michelin. O norte-americano,
que vai deixar a MotoGP no fim deste ano, tem um relação próxima com a marca francesa e teve um papel fundamental no desenvolvimento dos compostos da marca tanto na MotoGP, como no Mundial de Superbike.
Os dois títulos conquistados por Edwards no Mundial de Superbike, aliás, foram conquistados com pneus Michelin.
Também nesta semana, a MotoGP introduziu uma mudança em seu regulamento técnico. A partir de agora,
os pilotos poderão escolher entre os discos de freio de 340mm e os de 320mm em todas as etapas do Mundial, exceto em Motegi, onde o diâmetro maior é obrigatório.