Um agradecimento e tanto

Marc Márquez começou a semana querendo se tornar uma tartaruga ninja e foi dormir no último domingo (13) como bicampeão da MotoGP. O mais novo bicampeão da história, aliás.

No caminho para o título, Márquez somou 11 vitórias, entre elas as dez primeiras da temporada, e 11 poles. Agora, restando ainda três corridas em 2014, o piloto de Cervera soma 312 pontos, 82 a mais que Valentino Rossi, e, claro, não pode mais ser alcançado pelos rivais.

Para celebrar o triunfo, a Repsol, patrocinadora principal do time da Honda na MotoGP, divulgou uma entrevista com o piloto, que admitiu que os erros cometidos em Misano — quando caiu perseguindo Rossi pelo primeiro lugar — e Aragón — onde caiu por permanecer na pista molhada tempo demais com os pneus slicks — o fizeram valorizar ainda mais o título de 2014.

Márquez disse que título foi agradecimento à Honda por deixá-lo ter seu grupo de engenheiros e mecânicos (Foto: Repsol)

“A verdade é que os erros nas últimas corridas fizeram com que eu apreciasse mais a conquista do título, pois a primeira parte da temporada foi muito boa, mas parecia que o título não queria chegar”, avaliou Marc. “Cometi alguns erros, talvez pelo excesso de confiança por saber que eu tinha uma vantagem significativa”, admitiu.

“Essas vitórias iniciais me deram o luxo de correr um pouco mais de risco que o normal. Mas estava muito claro que eu queria conquistar o título aqui, na casa da Honda, e isso também é muito bom”, frisou.

O bicampeonato da MotoGP é o quarto título mundial conquistado por Marc em um intervalo de cinco anos. Indagado se tem a sensação de que a vida está passando muito rápido, o piloto respondeu: “Acho que eu não assimilei isso”.

“O mais importante é que eu estou curtindo o momento, porque você nunca sabe o que vai acontecer amanhã”, filosofou. “Nós conquistamos o título e temos que celebrar isso, assim como fazemos em cada vitória. É muito legal compartilhar essa alegria com o time”, declarou.

Tetracampeão mundial, Márquez listou os destaques de cada uma de suas conquistas e afirmou que o triunfo de 2014 foi sua maneira de recompensar a Honda por permitir que ele voltasse a contar com seu fiel time de mecânicos e engenheiros.

“Obviamente, cada título é especial — cada um tem seu momento”, afirmou. “O título das 125cc foi o primeiro e isso sempre é muito empolgante. Além disso, foi mais difícil, porque eu tinha que vencê-lo na última corrida”, recordou.

Márquez afirmou que RC213V de 2014 permitiu que ele se concentrasse em sua pilotagem (Foto: GEPA Pictures)

“O título da Moto2 foi satisfatório e também tinha um pouco de raiva, depois do que aconteceu no ano anterior — cinco meses lesionado”, lembrou o espanhol, que sofreu com um edema periorbitário, que o fazia enxergar em dobro. “O primeiro ano na MotoGP foi uma grande surpresa. E este último título é para agradecer a Honda, que me deixou trazer todo o meu pessoal — meu time — e criou uma ótima atmosfera na garagem”, justificou.

Marc também falou sobre o que melhorou no ano passado e explicou que a RC213V deste ano conta com um chassi que o permite se concentrar mais em seu estilo de pilotagem.

“Você tenta melhorar em todos os aspectos, mas é verdade que eu me adaptei muito melhor ao pacote moto-piloto” disse. “Nós desenvolvemos um chassi muito mais focado no nosso estilo de pilotagem e isso me ajudou a me concentrar mais em melhorar como piloto, e não tanto em tornar a moto melhor em si”, relatou.

Ainda com as provas de Phillip Island, Sepang e Valência pela frente, Márquez garantiu que vai para a pista com a mentalidade de curtir, mas ciente que Rossi, Dani Pedrosa e Jorge Lorenzo vão dar seu máximo na briga pelo segundo lugar na classificação.

“[Vou] com a mentalidade de curtir. Sei que o vice-campeonato ainda está em jogo e os outros pilotos vão dar o máximo, mas vou focar em fazer o meu melhor e aproveitar cada corrida”, assegurou.

Marc falou em ajudar o irmão na luta pelo título da Moto3 (Foto: GEPA Pictures)

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Ainda, Marc falou sobre como se manterá motivado para lutar pelo título em 2015. “Você encontra motivação em todos os lugares, especialmente após ir bem em um ano. Você tenta manter a mesma forma e progresso, e o time também te empurra”.

Por fim, ao ser questionado se o irmão, Álex, vai conquistar o título da Moto3, Marc avaliou. “A intenção é essa! Vou ajudá-lo e dar todo o encorajamento possível. Acima de tudo, nós temos que tirar toda a pressão dele, porque liderar a categoria significa muita pressão. Será importante deixá-lo calmo, para que ele possa lidar bem com isso, mas eu sei por experiência que a temporada é muito longa e em três corridas tudo pode acontecer”, concluiu.