domingo, 29 de setembro de 2013

Crise nos 200

Depois de Casey Stoner, Nicky Hayden e Valentino Rossi, chegou a vez de Andrea Dovizioso disparar contra a Ducati. Completando seu GP de número 200 no Mundial de Motovelocidade neste domingo (29), o italiano não poupou críticas a Borgo Panigale e responsabilizou os funcionários da fábrica de Bolonha pelos problemas no projeto da MotoGP.

Vindo da Tech3, Dovizioso chegou ao time vermelho em 2013, assumindo o lugar deixado vago por Valentino Rossi. Nas 14 corridas disputadas até aqui, Andrea chegou ao top-6 em apenas duas ocasiões.

Dovizioso é mais um a não conseguir esconder a decepção com a Ducati (Foto: Ducati)
Assim como seus antecessores a bordo da Desmosedici, Dovizioso também apontou problemas com a moto saindo de frente, mas apesar das inúmeras evidências da falha, a Ducati segue sem encontrar uma solução.

Questionado pela revista britânica ‘Motorcycle News’ se o atraso em relação a Honda e Yamaha já preocupava para o próximo ano, Dovizioso respondeu: “Claro que temos de nos preocupar, porque a realidade está na cara de todos”.

“Mas, até onde eu sei, neste momento o futuro não está definido, então, infelizmente, é muito cedo para falar de 2014”, declarou. “Não posso falar sobre 2014, pois os detalhes ainda não estão claros e nós estamos em uma situação difícil. Nós sabemos os problemas que temos, não podemos resolver agora e não podemos esperar por nada especial. Tudo que nós podemos fazer é dar 100% e tentar tirar o máximo da nossa moto. O máximo que fazemos é levar a moto ao limite”, continuou.

Insatisfeito, o italiano não poupou os funcionários do time vermelho e afirmou que é fundamental que a Ducati promova mudanças em seu Departamento de Corridas.

“Este é um ponto chave e venho falando nisso desde o início da temporada”, ressaltou Andrea. “O ponto chave não é a moto. Se até agora nós não conseguimos resolver o problema, isso significa que é uma consequência do problema”, apontou.

“Então nós temos de reparar um ponto diferente e é por isso que nada é resolvido. Quem trabalhou na moto não resolveu o problema e este é o problema”, frisou. “Acho que ninguém sabe como resolver isso”, comentou, indicando que a GP13 não tem único grande defeito.

“Um grande problema é nas curvas, mas essa não é a única razão para termos uma diferença tão grande para o topo. Nós podemos falar sobre muitas possibilidades, mas eu não tenho uma resposta e, neste momento, ninguém tem”, completou.

Vale lembrar que a Ducati passou por uma grande mudança desde a chegada da Audi. Ainda no ano passado, Filippo Preziosi foi afastado do posto de diretor-geral da Ducati Corse. No comando do Departamento de Corridas desde 2003, o engenheiro italiano foi apontado como o principal responsável pelo fracasso do projeto com Rossi e acabou substituído por Bernhard Gobmeier, que trabalhava para a BMW no Mundial de Superbike, na chefia do time.

Preziosi ainda chegou a ser nomeado chefe do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento de Borgo Panigale, para trabalhar com motos de rua, mas pediu demissão antes mesmo de assumir o cargo.

Gobmeier e Claudio Domenicali, diretor-executivo da Ducati, afirmaram recentemente que o projeto da MotoGP será reestruturado nos próximos meses em Borgo Panigale. O chefe do time, entretanto, negou os rumores de que a marca italiana esteja tentando contratar Gigi Dall’Igna, chefe técnico da Aprilia.

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