quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Girl Power

María Herrera já provou – duas vezes – que as mulheres podem vencer os homens nas pistas. Com vitórias em Aragón e Navarro no CEV (Campeonato Espanhol de Velocidade), um dos mais fortes do motociclismo atual, a jovem espanhola ganhou um wild-card para o Mundial de Moto3 e fará sua estreia na elite do motociclismo neste fim de semana.

Os bons resultados de María, que tem apenas seis pontos de atraso em relação a Marcos Ramírez, líder do CEV na Moto3, são fruto de muito esforço. A espanhola faz parte da Monlau, a mesma equipe que orientou os passos de Álex e Marc Márquez, e também conta com o apoio de Álvaro Bautista, piloto da Gresini na MotoGP.

Herrera se mudou para o CAR em fevereiro deste ano (Foto: Repsol)
Essa base já sólida ganhou um reforço ainda maior em fevereiro deste ano, quando Herrera se mudou para o CAR (Centre d’Alt Rendiment, em catalão). Vinculado ao governo da Catalunha, a centro dá apoio total aos atletas para que eles possam competir em provas internacionais.

Além de dar aos seus alunos os recursos necessários para um treinamento completo em suas respectivas modalidades, o CAR também tem seu braço acadêmico, onde os jovens podem completar os estudos.

O Centro de Alto Rendimento trabalha com mais de 35 modalidades, entre elas: atletismo, basquete, ginástica olímpica, golfe, levantamento de peso, natação, taekwondo, tênis e esporte a motor. No rol de seus atletas, além dos irmãos Márquez, o CAR tem figuras como Jaime Alguersuari, Marc Gené, Carlos Checa, Marc Coma, Toni Bou e Tommy Robredo.

A gigante Repsol, que é uma das patrocinadoras da pilota, divulgou um vídeo mostrando um pouco da rotina de María no CAR. O Centro, aliás, é um exemplo a ser seguido, inclusive por um país que vai receber os Jogos Olímpicos e não tem lá grandes centros de excelência esportiva.



Às vésperas da estreia no Mundial, Herrera mantém os pés no chão e vai para a pista em Aragón com a clara meta de aprender com pilotos mais experientes do que ela.

“Eu espero aprender muito neste GP, pois estarei ao lado de pilotos do campeonato mundial, que são realmente rápidos”, comentou. “Não sinto nenhuma pressão, pois o que eu preciso é ganhar experiência. Ficarei satisfeita se conseguir baixar os tempos que registrei lá na corrida do CEV”, continuou.

“Acima de tudo, minha meta é terminar o fim de semana tendo aprendido bastante. Eu amo a pista do MotorLand, não só por ter conquistado minha primeira vitória no CEV lá, mas porque é uma pista rápida e se adapta muito bem ao meu estilo de pilotagem”, completou.

Um comentário:

  1. Sensacional! Espero que ela não se renda tanto aos publicitários, sei que poucas recusariam o dinheiro de um contrato de imagem. Mas acho triste que boas esportistas fiquem apoiadas na besteira machista de bela e competente, blá blá blá. Automobilismo, motociclismo, têm esse lado excelente de colocar homens e mulheres competindo juntos, só faltam mais representantes.
    Um dia convenci várias amigas a correr de kart, uma me disse que mulher tem mais dificuldade, que deve ser diferença fisiológica, eu discordei, dei o exemplo de uma garota daqui de Brasília que detona no kart desde muito nova e que a grande diferença é essa, poucas meninas são incentivadas a gostarem de carros e corridas, enquanto nós meninos crescemos cercados de incentivos.

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