sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Ombros e Airbags

Se teve uma coisa mais popular na temporada 2013 da MotoGP que a estreia de Marc Márquez ou o retorno de Valentino Rossi para a Yamaha, foram lesões de ombro. Jorge Lorenzo, por exemplo, sofreu uma fratura na clavícula esquerda em Assen e depois de uma corrida heroica na Holanda, voltou a lesionar o ombro esquerdo, desta vez em Sachsenring, quando entortou a placa que havia sido colocada para reparar a lesão anterior.

Também na Alemanha, Dani Pedrosa sofreu uma violenta queda e fraturou a clavícula esquerda. No caso do piloto da Honda, no entanto, não foi necessário passar por uma cirurgia.


A mais recente lesão de ombro na classe rainha do Mundial de Motovelocidade aconteceu com Marc Márquez. O novato caiu no warm-up do GP da Inglaterra e deslocou o ombro esquerdo. Os médicos no circuito colocaram o ombro no lugar – sem anestesia – e ele pôde correr e completou a disputa em segundo, depois de ser batido por um brilhante Lorenzo.

Depois da prova inglesa, os três primeiros na classificação do Mundial – que utilizam o mesmo traje: o Alpinestars Tech Air – falaram sobre os acidentes. Na visão do líder da MotoGP, as lesões são resultado da velocidade das motos atuais.

“Para mim, as lesões no ombro são só porque estamos pilotando muito rápido e forçando muito”, disse Márquez. “As quedas de Jorge e Dani foram muito fortes”, opinou.

Na visão de Lorenzo, o traje não contribuiu para sua lesão, ao contrário, ajudou a minimizar os danos. “A minha foi um pouco diferente, mas eu não acho que o airbag ou o traje de couro sejam a razão”, avaliou. “Com ou sem o airbag, às vezes você se machuca, porque nós estamos pilotando muito rápido. Mas, para mim, o airbag está funcionando bem”, continuou.

Pedrosa concordou com a dupla e avaliou que a dinâmica dos acidentes também foi alterada com a mudança, em 2002, das 500cc dois tempos para as atuais quatro tempos.

“Na minha opinião, antes de tudo, a Alpinestars está fazendo um trabalho muito bom desenvolvendo um sistema moderno de airbags, provando novos materiais e testando. Acho que as lesões no ombro são muito mais relacionadas ao tipo de moto que estamos usando”, opinou.

“As quedas em quatro tempos são mais ou menos desta forma. No passado, as pessoas sempre machucavam o pé ou as mãos, agora, com as quatro tempos, é mais o ombro. Além disso, você tem de lembrar que os airbags são uma tecnologia nova, que não tem uma longa história e serão perfeitos no futuro”, apostou.

Após o acidente de Márquez no último domingo, a Alpinestars divulgou os dados do acidente coletados pelo traje do espanhol. O airbag foi acionado 0s168 antes do impacto inicial no ombro esquerdo e estava completamente inflado após 0s048, 0s055 antes do primeiro impacto.

O impacto mais forte registrado no ombro de Márquez foi de 22,55G. Ainda de acordo com a fabricante, o airbag permaneceu intacto durante toda queda, absorvendo a maior parte da energia do acidente.

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