terça-feira, 2 de setembro de 2014

Donington Park

A Dorna, promotora do Mundial de Motovelocidade, anunciou em meados do mês passado que o Circuito de Gales será a sede da etapa britânica do certame a partir da temporada 2016. O contrato com a pista do País de Gales – que tem validade de cinco anos e é renovável por mais cinco – entra em vigor já no próximo ano, mas como o circuito ainda precisa ser construído, era necessário encontrar uma locação alternativa para 2015.

Atual sede do GP inglês, Silverstone aparecia como candidata, mas tinha Donington Park como concorrente. Apesar da preferência dos pilotos pela pista de Northamptonshire, foi o traçado de Leicestershire, que sediou o Mundial por 27 anos, o escolhido.

Donington Park foi a casa do Mundial de Motovelocidade por 27 anos (Foto: Yamaha)
“Depois do anúncio do acordo de longo prazo entre a Dorna e o Circuito de Gales três semanas atrás, nossa prioridade era um acordo para a praça de 2015”, disse Chris Herring, um dos dirigentes do Circuito de Gales. “Era do interesse de todos, especialmente dos fãs, tomar uma decisão o mais rápido possível e Donington Park compartilha a nossa visão de fazer a MotoGP crescer no Reino Unido”, continuou.

Diretor-executivo da Dorna, Carmelo Ezpeleta destacou a história de Donington Park no Mundial e apostou em um evento de sucesso em 2015.

“O Circuito de Gales trabalhou muito rápido para garantir o melhor acordo para os fãs britânicos e nós acreditamos que Donington Park fará uma corrida fantástica em 2015”, comentou. “Donington Park tem uma longa história e foi palco de algumas das melhores corridas da MotoGP nos últimos anos, e nós estamos certos de que o longo trabalho feito desde a reabertura há quatro anos vai garantir um evento de sucesso”, concluiu.

Pouco após a confirmação de que Donington Park foi o escolhido para a prova de 2015, os responsáveis por Silverstone divulgaram uma nota à imprensa, explicando que não conseguiram chegar a um acordo com o Circuito de Gales, que agora é o promotor da etapa britânica.

“Nós investimos pesado no circuito e nas instalações aqui em Silverstone, especialmente para receber a MotoGP, e nós transformamos o GP da Grã-Bretanha em um evento de grande sucesso”, começou Richard Phillips, diretor da empresa responsável pelo circuito de Northamptonshire. “Nós queríamos manter a MotoGP em Silverstone, mas não podemos nos dar ao luxo de subsidiá-la. Nós estamos extremamente desapontados por não receber o evento em 2015”, desabafou.

“Qualquer acordo futuro, com a Dorna ou com o Circuito de Gales, tem que fazer sentido econômico para todos, inclusive para nós. Nós sabemos o que é necessário para fazer um GP da Grã-Bretanha de alta qualidade”, ressaltou. “Nós fizemos o que consideramos ser a oferta mais sensível para manter o evento em Silverstone, mas parece que o Circuito de Gales, que não tem experiência em promover um GP, concluiu que podem fazer melhor sozinhos, usando Donington até que o circuito deles esteja pronto”, cutucou.

“Silverstone levou o evento a um novo nível ao longo dos últimos cinco anos, então espero que este não seja um passo atrás para a etapa britânica, para os times e os fãs”, falou Phillips. “O Circuito de Gales evidentemente acredita que eles podem fazer as contas fecharem usando Donington no próximo ano – nós desejamos toda sorte a eles”, concluiu.

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Donington Park foi o palco do primeiro pódio de Márquez no Mundial (Foto: Repsol)
O projeto de autódromo no País de Gales faz parte de um programa de revitalização da área de Blaenau Gwent, que tem foco na geração de emprego para os jovens, na educação e no investimento no esporte a motor, setor chave na economia do Reino Unido.

O traçado de Gales será construído em uma área estimada em 830 hectares e deve ter 4.830 metros. O circuito na região de Welsh Valleys, no sul de Gales, vai receber uma verba de £ 280 mil (cerca de 960 mil), que será proveniente do governo local e de investidores privados.

Além da pista, que deve atender os mais altos padrões de segurança, o projeto também conta com uma pista de motocross, um kartódromo e instalações para provas off-road, além de uma academia de pilotos e um centro de formação. O projeto também prevê a instalação de hotéis, lojas especializadas e um parque tecnológico.

A expectativa da Companhia de Desenvolvimento de Welsh Valleys é que o complexo atraia 750 mil pessoas por ano para a região, gerando até seis mil empregos e algo em torno de R$ 171,6 milhões anuais para a economia local.

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