quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Queimando etapas

Depois de várias semanas de rumores, a LCR confirmou que Jack Miller dará o salto da Moto3 direto para a MotoGP na temporada 2015. O australiano de 19 anos é o atual líder da categoria menor do Mundial de Motovelocidade.

Em sua temporada de estreia na classe rainha do campeonato, Miller vai guiar uma RC213V-RS, uma versão do protótipo nipônico na configuração Open, que prevê o uso de software e hardware padrão fornecidos pela Magneti Marelli.

Miller será companheiro de Cal Crutchlow na MotoGP em 2015 (Foto: Gold & Goose/KTM)
Com seu futuro garantido, Miller destacou que o contrato com a HRC é a realização de um sonho, mas reconheceu que o salto da categoria menor para a rainha é bastante grande. Ainda assim, o australiano se disse empolgado e falou em aprender passo a passo.

“Estou muito feliz em dar o salto para a MotoGP no próximo ano, especialmente porque vou fazer isso ao lado da HRC”, começou Miller. “É um sonho que se torna realidade. Acho que todo piloto gostaria de correr no mais alto nível do Campeonato Mundial com a Honda”, opinou.

“É certamente um grande salto para Moto3 para a MotoGP, mas estou convencido de que nós estamos prontos e, passo a passo, aprendendo todo dia, poderemos fazer um bom trabalho”, avaliou. “É uma oportunidade fantástica e eu estou muito empolgado com este novo estágio da minha carreira com a HRC, a quem quero agradecer, junto com a LCR”, continuou.

“Estou ansioso para trabalhar com eles!”, frisou. “Enquanto isso, continuo completamente focado nesta temporada do Mundial de Moto3. Vou ter de evitar qualquer distração para poder lutar pelo título”, ponderou.

O anúncio de Miller como companheiro de Cal Crutchlow, aliás, também confirma a expansão da LCR. Desde a entrada na MotoGP, em 2006, o time de Lucio Cecchinello sempre contou com uma única moto, mas a estrutura pôde ser ampliada graças à chegada de um novo patrocinador, a CWM.

“Sem dúvida, este é um projeto muito empolgante e um desafio completamente novo para nós”, reconheceu Cecchinello. “Nós acreditamos que, no futuro, Jack terá uma performance forte na classe rainha por conta de seu talento inegável, motivação e vontade”, declarou.

“Junto com a Honda, vamos fazer nosso melhor para deixá-lo se familiarizar, passo a passo, com a MotoGP”, garantiu. “Claro que Jack vai precisar de tempo para aprender como guiar uma moto de 1000cc, mas não tem pressa, e o próximo será apenas uma temporada de aprendizado para ele na nova categoria. A Honda tem um plano de longo prazo para ele e nós acreditamos que, sem pressão, Jack poderá mostrar seu talento na MotoGP”, concluiu.

De acordo com a imprensa da Austrália, Miller tem um contrato de três anos com a HRC, com as duas primeiras temporadas sendo direcionadas ao aprendizado.

Um dos segredos mais mal guardados da temporada, a chegada de Miller à MotoGP, como insiste Cecchinello, é resultado de uma ligação direta com a HRC. A princípio, Jack é candidato ao time principal da marca nipônica em 2016, quando os atuais vínculos de Dani Pedrosa e Marc Márquez chegam ao fim.

A expectativa agora é que Miller seja reunido com Christian Gabbarini, que foi chefe do time de Casey Stoner e trabalhou com Márquez na temporada de estreia do espanhol na MotoGP.

Na semana passada, surgiram rumores na imprensa italiana de que Jeremy Burgess, antigo chefe do time de Valentino Rossi, voltaria ao Mundial para trabalhar com o novato, mas, ao que parece, são apenas boatos.

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Curiosidade

No treino classificatório para o GP de San Marino, disputado em Misano no último fim de semana, Andrea Dovizioso registrou 287,4 km/h como maior velocidade na MotoGP. Com a RC213V, foi Stefan Bradl quem conseguiu a melhor marca: 286,6 km/h.

Hiroshi Aoyama, por sua vez, foi quem registrou a maior velocidade a bordo da RCV1000R, atual versão Open do protótipo da Honda. O piloto da Aspar alcançou 275,2 km/h.

Já no treino classificatório da Moto3, Éfren Vázquez foi quem registrou a maior velocidade. Equipado com a NSF250RW da Honda, o espanhol atingiu 206,2 km/h. Jack Miller, por sua vez, anotou 201,6 km/h como sua maior velocidade.

Em termos de peso, a diferença entre as duas classes também é grande. Hoje, um protótipo 1000cc da MotoGP pesa 160 kg, mas terá dois quilos a menos em 2015. Na categoria de entrada do Mundial de Motovelocidade, por outro lado, o conjunto moto e piloto tem como peso mínimo a marca de 148 kg.

Confira o grid provisório da MotoGP para 2015:


1.    A Suzuki ainda não anunciou oficialmente seus pilotos, mas o anúncio de Aleix Espargaró e Maverick Viñales é considerado iminente.
2.    A Pramac ainda busca um substituto para Andrea Iannone. Na segunda moto, Yonny Hernández ainda não está confirmado, mas a expectativa é que ele mantenha sua vaga.
3.    A Paul Bird vai deixar o Mundial e voltar para o Campeonato Britânico de Superbike.
4.    O futuro da Ioda no Mundial ainda não está definido.

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